Olá, certo dia em um dos grupos de redes sociais “enxadrísticas”, um dos participantes (penso que justamente para polemizar, o que acabou conseguindo) levantou, em tom provocativo uma questão: afinal, o xadrez tem ou não um diferencial enquanto ferramenta de desenvolvimento intelectual ou cognitivo?

Bem, há de se considerar que é uma questão complexa, pois os seres humanos são diferentes uns dos outros, e quer seja no xadrez, quer seja em qualquer outra atividade, como esporte, música, etc, estas podem atuar de diferentes maneiras sobre o indivíduo.

Assim, tomarei apenas a liberdade de lançar algumas informações para que o leitor possa ter um embasamento melhor para lançar o veredicto.

As irmãs húngaras Susan, Sofia e Judit Polgar, símbolo do “empoderamento” feminino nos tabuleiros estão entre as armas dos defensores de que o xadrez pode elevar o intelecto humano. Ambas são crias de um controverso psicólogo, Laszlo Polgar, que antes mesmo de as meninas nascerem, já afirmava categoricamente de que todas seriam mestres na “arte de caíssa”.

Família Polgar em um momento de relaxamento jogando xadrez

FOTO: SITE RUMOAMAESTRIA

Porém os que contestam essa opinião e conhecem a história dos Polgar, dizem que além de xadrez, as crianças também tinham uma educação baseada no ensino avançado de matemática e de idiomas, o que também influenciaria no destaque dos três prodígios.

Bom, mais um dado dos “pró-xadrez” seriam os inúmeros estudos acadêmicos, quer sejam de graduação, mestrado ou doutorado que comprovariam por “A+B” que o xadrez possui sim um diferencial enquanto instrumento de desenvolvimento intelectual.

Até ninguém menos que o campeão mundial, o grande mestre Garry Kasparov, entrou na briga.  Em entrevista ao programa do Jô Soares, afirmou que segundo estudos realizados na Alemanha o ensino do xadrez teria, no final do ano letivo trazido mais resultados cognitivos que o ensino da matemática.

Garry Kasparov em entrevista ao Programa do Jô (Rede Globo/2011)

FOTO: GOOGLE

Outro dado, que vejo como importante para os interessados na discussão, é o número de estudos publicados no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES), maior portal brasileiro de periódicos acadêmico-científicos e de reconhecido prestígio até fora do país. Dados extraídos da CAPES mostram que há mais de 409 artigos, dissertações e teses que possuem o xadrez como objeto de pesquisa.

Os críticos, porém, questionam a qualidade das pesquisas, dizendo que além do xadrez outras atividades lúdico-esportivas também trariam os mesmos benefícios. Bem, está levantada a questão. E você, o que pensa disso?

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Sobre o Autor

Márcio Oliveira
Márcio Oliveira

Apaixonado não apenas pelo jogo em si, mas por todos os aspectos psicológicos, físicos e históricos relacionados a "arte de caíssa". Começou no xadrez por entender que é uma prática integrativa e de fortalecimento das capacidades cognitivas para todas as idades.

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