E aí pessoal, hoje tem mais uma recomendação para as brancas com o Ataque Trompowsky, que surge depois dos lances 1.d4 Cf6 2.Bg5!?. Essa abertura foi batizada em homenagem a um brasileiro, o carioca Octávio Trompowsky (1897-1984), que foi campeão brasileiro em 1939. Ele testou sua especialidade em muitas partidas na década de 30, principalmente na Olimpíada de Buenos Aires, também em 1939. Fez uso dessa abertura também contra o grande Miguel Najdorf, em um torneio fechado em Montevidéu, em 1954.
Sua melhor partida jogada nessa variante foi contra o búlgaro Alexander Kiprov, partida jogada em 1936:
Partida 1: Esse primeiro exemplo mostra uma das ideias principais da Trompowsky – capturar o cavalo em f6 quebrando a estrutura das pretas. Quando as pretas são forçadas a jogar exf6, a estrutura de peões fica mais agradável para o branco, com mais peões no centro. Por outro lado, as pretas tem mais liberdade para as peças. Nessa partida, as brancas conseguem realizar o plano ideal, fianchettando o bispo em g2 e depois avançando a ala da dama com b4-a4-b5, até criar fraquezas no campo das pretas
Partida 2: Temos uma situação parecida – as brancas novamente capturam o cavlao em f6 e forçam exf6 das pretas. A diferença é que as pretas jogam …d5 e já permitem a troca dos peões rapidamente – as brancas sempre jogarão c4 para ‘minar’ esse ponto forte de d5. Uma ideia adicional aqui é jogar para atacar na ala do rei, que acaba dando certo, afinal das contas o bispo está forte em c4 agora. 9.h4!? é bem interessante, seguido de hxg6, Cf4 e Df3! com bastante iniciativa.
Partida 3: Aqui as pretas jogam a formação com 2…e6 e as brancas podem aproveitar já conquistando o centro com 3.e4! e após 3…h6, serão obrigadas a dar o par de bispos, porém conseguem boa iniciativa. O plano visto aqui com c3, Bd3, Ce2 e f4! é bem dinâmico e coloca uma certa pressão na posição das pretas, que não tem uma decisão fácil no centro. Após a troca de damas, o branco mantém vantagem por causa do bispo passivo em g7 e pelos fortes peões centrais.
Partida 4: Ainda na mesma variante, as pretas seguem com 3…d5, e permitem 4.e5! e logo temos uma posição parecida com uma defesa francesa, em uma versão melhorada para as brancas, que conseguem sustentar bem o centro com 6.f4! e 7.c3!. Mais adiante, conseguem um ataque decisivo na ala do rei com 22.f5!
Partida 5: Temos agora uma das alternativas mais populares, tentar questionar o bispo em g5 com o lance 2…Ce4!?. Nesse caso, a recomendação é voltar o bispo com o lance 3.Bf4! e logo expulsar o cavalo com 4.f3! Na partida, após 5.dxc5!, as pretas recuperam o peão com …Da5+ e as brancas conseguem encaixar outro plano típico da Trompowsky, que é transpor para uma posição no estilo Siciliana, ao jogar e4, Dd2 e O-O-O! A vantagem é que as pretas perderam alguns tempos comparado com as posições normais de uma Siciliana.
Partida 6: Ainda no Ce4, as pretas aqui jogam a variante mais correta com 4…Da5+ forçando as brancas a jogarem 5.c3 e por isso não terão mais a opção de Cc3! como na partida anterior. Por isso, as brancas costumam seguir com 6.d5 e de novo seguirão com e4, mas dessa vez em uma posição mais fechada. O desenvolvimento das brancas pareceu bem harmônico, e além das complicações que acontecem na partida, era bem simples e bom seguir com 14.Be3 e 15.O-O, por exemplo.
Partida 7: Finalizando o artigo com mais uma partida de Ce4, as pretas agora jogam o natural 3…d5, e agora as brancas seguem com 4.e3! para tentar jogar com Bd3 e incomodar o cavalo de e4. Caso o cavalo volte para f6 voluntariamente, as brancas estariam jogando um Sistema London, com um tempo a mais (!) pois o bispo foi para g5 e f4, gastando dois tempos, e o cavalo das pretas teria ido para f6-e4-f6, gastando três tempos. Na partida em questão, Jobava cai em uma armadilha da Trompowsky, e logo fica inferior após 6.Bxe4! dxe4 7.d5!. Ivanchuk prova de maneira bem convincente a iniciativa das brancas e a força do peão em d6.
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